Bem, se esta questão já podia dar pano para mangas antes, imaginem agora em que festas e ajuntamentos sociais estão altamente condicionados.
Estamos a um passo de mandar a roupa de ocasião para o galheiro. Mães, avós, tias e todo o conjunto de negócios ligados à roupa de ocasião podem estar à beira de um ataque de nervos. O certo é que cada vez mais se defende o versátil, o prático, o mais económico e ecológico.

Os sapatos, malas, bijuteria e todos os demais acessórios podem compor vários looks: formais, informais e assim-assim.
Tenho visto sugestões de trapinhos que dão para a praia, para o campo, para o trabalho e ainda para beber um cocktail glamouroso ao final do dia. De facto, a mesma peça pode ser suficientemente versátil quando combinada com acessórios e outras peças que se possam adequar a um leque vasto de situações.


Já os modelitos para casamentos passaram a ser vestidos ou conjuntos versáteis o suficiente para depois usar também no dia-a-dia. E está certo, que a vida não está para grandes gastos. Os sapatos, malas, bijuteria e todos os demais acessórios podem compor vários looks: formais, informais e assim-assim.
A minha avó, por exemplo, sempre teve um lote de camisas de dormir fechadas nas caixas originais “para quando fosse preciso ir para o hospital”


E fico contente por haver toda esta reciclagem de modelitos e por já não se assistir a composições que depois ficam guardadas no armário para sempre. A minha avó, por exemplo, sempre teve um lote de camisas de dormir fechadas nas caixas originais “para quando fosse preciso ir para o hospital”. E sempre teve um par de sapatos e uma mala “para ocasiões especiais” – leia-se casamentos, batizados, velórios e bênçãos das fitas. Também não faltava “a roupa de ir à rua” e “a roupa de trazer por casa” (uma bata velha, no verão, e um roupão, no inverno). A minha mãe também sempre fez questão de me comprar uma roupinha “para estrear pelo aniversário”, um conjuntinho “pelo Natal” e por aí fora.
Há a roupa para ir trabalhar e a roupa para o fim-de-semana – sim, muita dela é a mesma, mas há coisas que simplesmente gosto de usar em lazer e que nunca usaria para ir trabalhar e vice-versa


Sim, tudo isto está a cair em desuso e, por um lado, ainda bem! Mas, talvez por ter todas estas referências familiares, sinto que, mesmo eu que andei a estudar para isto 😊 sinto dificuldade em descartar todas as roupas de ocasião. Roupa de andar em casa não é, geralmente, roupa de andar na rua. Pode ser roupa que já andou na rua e que ainda está boa para usar em casa, mas ser exatamente a mesma, faz-me confusão. Há a roupa para ir trabalhar e a roupa para o fim-de-semana – sim, muita dela é a mesma, mas há coisas que simplesmente gosto de usar em lazer e que nunca usaria para ir trabalhar e vice-versa. E realmente tenho muitos vestidos que com os acessórios certos podem fazer as vezes em muitas festas (elas houvessem agora!), mas também não vejo mal em ter um ou dois assim mais bem parecidos para ocasiões especiais. Se são especiais são especiais, certo?
Bem, e com tudo isto, este pode ser um post algo polémico e dar a parecer que afinal defendo o consumismo desenfreado. Mas não. O que defendo é que cada pessoa deve sempre seguir o seu coração. E o meu diz-me que há coisas que podem ser reutilizadas, sim, mas para as mesmas ocasiões. É outra forma de ver as coisas.
E para vocês, há roupa para ocasião? Sim ou não?
SOFIA DEZOITO FONSECA
Consultora de Imagem e Fundadora do Healthy Project
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