
Hoje decidi contar-vos um pouco mais sobre as minhas reais motivações por detrás deste ofício.
De onde veio o meu gosto pela imagem? Pela função estética das coisas? Pela moda? Pelas combinações de roupas? Já vem detrás, muito detrás mesmo, talvez desde sempre. Não tenho memórias que não sejam relacionadas com o sentido estético e visual das coisas.
Lembro-me de roupas e sapatos específicos da minha mãe, do meu pai, dos meus avós, de toda a família em geral. Até sei de roupas que eles usarem em determinada ocasião antes de eu nascer, por ter visto em fotografias e nunca mais me ter esquecido.
Um estilo meio piroso que virou imagem de marca
O gosto por um estilo muito feminino foi-me incutido quase de certeza pela minha mãe, que sempre gostou de me ver bem aprumadinha. Sapatinho de veludo e fivela, sabrinas de verniz, golas gigantes com malhas grossas, saias de pregas, botas e fato de treino (quem não, nos anos 90?).
Depois, sempre adorei o universo da boneca Barbie. Dizer que adorava é pouco. Não havia nada que me suscitasse tanto interesse, a não ser mesmo brincar com essas bonecas e ler livros e mais tarde escrever. Sempre tive uma mente muito criativa, vivia num mundo encantando, de sonho (acho que ainda vivo lá, às vezes), onde todas as conjugações eram possíveis.
Mais tarde, na escola e ao longo da minha formação académica, nunca houve ninguém que não comentasse o sentido estético que eu imprimia às coisas e à forma como me apresentava. Às vezes posso ter sido visto como fútil (ou pirosa mesmo, há coisas que pensado hoje, minha nossa!), bem sei, mas depois de me conhecerem melhor as pessoas à minha volta iam percebendo quem eu era.
É verdade que estoirava algum dinheiro em lojas de fast fashion, mas também foi nessa altura que comecei a apostar em peças “boas” e muitas delas duram até aos dias de hoje.
Fase adulta e a definição do estilo pessoal


Já na fase adulta, quando arranjei o meu primeiro emprego, é que comecei a ter uma verdadeira identidade visual mais alinhada com o que sou hoje. Deveu-se ao facto de ter começado a trabalhar com pessoas mais criativas e isso abriu-me os horizontes para ver mais além e começar a interessar-me pela moda, pela arte, pela verdadeira estética. Lembro-me que nessa altura comecei a comprar a Vogue todos os meses e que seguia religiosamente alguns blogues de moda.
As minhas escolhas de vestuário foram ficando mais coerentes, aplicando a máxima do “menos é mais”, e foi também aí que os primeiros passos para um armário mais funcional e sustentável começaram. É verdade que estoirava algum dinheiro em lojas de fast fashion, mas também foi nessa altura que comecei a apostar em peças “boas” e muitas delas duram até aos dias de hoje.
Um gosto inato pela imagem e o que ela pode comunicar aos outros
Tudo isto talvez não explique diretamente o porquê de ter chegado até esta profissão, mas no fundo sempre fui muito segura nesta área do que vestir e como vestir e de saber exatamente o que comunicar com isso. Apesar de muitas inseguranças que já tive e outras que ainda hoje tenho (como falar para muita gente, por exemplo, ou ser o centro das atenções), a minha consciência do que é ter uma imagem bem definida e que comunique o que realmente sou, sempre esteve cá de forma muito natural, quase inata!
Ainda hoje quando me dizem “estás tão bem vestida” ou “é mesmo o teu estilo” ou “estás sempre bem”, sinto-me sempre intimidada (lá está, o ser o centro das atenções), mas isso nunca me demoveu nem por um segundo. É uma das coisas que me faz sempre levantar de manhã: arranjar-me, pôr-me bonita. Talvez seja essa segurança que compensa outras inseguranças que possa ter. Será?
E ter a possibilidade de dar isso aos outros, a sensação de querer acordar para pôr as outras pessoas bonitas, valorizadas, com a sua autoestima para cima e o seu amor próprio bem forte, é sem dúvida o que me motiva a continuar aqui.
E ter a possibilidade de dar isso aos outros, a sensação de querer acordar para pôr as outras pessoas bonitas, valorizadas, com a sua autoestima para cima e o seu amor próprio bem forte, é sem dúvida o que me motiva a continuar aqui e a ter abdicado de outras coisas para poder ser hoje consultora de imagem… verdadeiramente de corpo e alma!
Quem conhece o meu percurso de perto, vai perceber o trocadilho 🙂
Sabe mais sobre mim AQUI.
SOFIA DEZOITO FONSECA
Consultora de Imagem e Fundadora do Healthy Project
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